Foto: Lucas Amorelli (Diário)
A professora aposentada Therezinha
Catarina Venturini, 70 anos, não sabe ao certo quando despertou nela o desejo de ajudar o próximo, mas tem certeza de que foi dos pais, quando ainda era criança, que recebeu os principais exemplos de solidariedade. Para a idosa, ter estado na linha de frente de diversas instituições de caridade em Santa Maria nunca foi obrigação e, sim, oportunidades de estender as mãos a quem precisa de ajuda.
A artesã Silvia Tomasi, 38 anos, é uma das centenas de pessoas que recebeu de Therezinha o incentivo para fazer dos trabalhos manuais uma fonte de renda.
- Eu estava desempregada quando conheci Therezinha. Ela, literalmente, busca a gente em casa e nos oferece esperança. Para ela, não existe dificuldade para auxiliar alguém a começar do zero. É um grande exemplo para todos - diz.
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Por meio da benfeitora, Silvia passou a frequentar os cursos de artesanato da Igreja Nossa Senhora de Lourdes, onde aprendeu macramê, vagonite, bordado com fitas, crochê e pintura em tecido. Ela conta que, em 2015, montou a primeira feira com seus trabalhos, e, desde lá, as encomendas não pararam.
- Sabe aquela pessoa que fica feliz quando a gente avança? Therezinha é mais do que isso. Se erramos, ela nos chama
atenção. Se acertamos, comemora junto. Ela valoriza o nosso trabalho. Corre para a comunidade e pela comunidade - reconhece Silvia.
Secretária da Paróquia Perpétuo Socorro, Marta Helena Rodrigues, 58 anos, afirma que o engajamento de Therezinha não vem de hoje. Ela acompanha o trabalho da professora há duas décadas.
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- Ela se empenha em oferecer oficinas que, a médio prazo, transformam-se em renda para as pessoas carentes, principalmente da região Norte de Santa Maria. Ela é incansável. Não existe tempo ruim para uma batalhadora como ela, que se doa todos os dias a ajudar os outros - diz.
Atualmente, Therezinha integra a obra social Nossa Senhora do Trabalho, que engloba cozinhas comunitárias, escolinhas de educação infantil e ações de geração de trabalho e renda, os quais reúnem senhoras que ensinam e aprendem artesanato.
- Sempre tive duas prioridades: educação e solidariedade. Fazer o máximo para tiras as pessoas de situações de vulnerabilidade social e mudar esses destinos é o que dá sentido às minhas ações. Tive muitos anos de vida pública, atuando em secretarias municipais e no ensino. Agora, aposentada, vivo exclusivamente para o voluntariado. As pessoas precisam de incentivo e de oportunidade. Façamos a nossa parte - conclui Therezinha.